terça-feira, 5 de agosto de 2008

Haroldo Vaz Lobo

Vi agora no Fotolog do Ingo Hofmann que o Haroldo Vaz Lobo se foi.
Como o texto que o Ingo escreveu é muito legal, reservo-me o direito de reproduzi-lo na íntegra.

"No dia 1º de agosto, lá para onde vão os heróis e as pessoas de bem depois de deixarem este mundo, completou-se o time dos pilotos que participaram da 1ª Mil Milhas Brasileiras, prova acontecida no autódromo de Interlagos em 1956. Neste 1º de agosto faleceu, aos 82 anos de idade, o piloto curitibano Haroldo Vaz Lobo.
Haroldo Vaz Lobo corria nos anos 50 e 60 com uma Carretera Ford 1940, colhendo bons resultados nas provas em que participou.
Deixo aqui um texto copiado do http://www.onacional.com.br/ que descreve um pouco da vida de Haroldo Vaz Lobo.

Paulo Roberto D`Agustini/ON
Morreu nesse sábado, em Curitiba, aos 82 anos, o piloto de carreteras Haroldo Vaz Lobo.
O paranaense sofria de diabetes e foi vítima de uma parada cardiorrespiratória em sua casa. Lobo era piloto desde a década de 1950, sempre com sua inseparável Ford Coupé 1940 motor V8, a Barata. Ele era um dos últimos remanescentes da década romântica do automobilismo no estado.Mesmo curitibano, Lobo manteve laços intensos com Passo Fundo e seus pilotos de Carreteras: Menegaz, Schroeder, Finardi, Bertão, Bernardon e Daniel Winick, o único da época ainda vivo.
"Lobo manteve sua 'barata' original por mais de 50 anos, possivelmente o único caso no país, rodando e participando de encontros automobilísticos, onde era considerado herói", emocionou-se o amigo e amante do automobilismo, Nelson Marques da Rocha, da Associação dos Pilotos de Passo Fundo.
Encontro: Os dias 1º e 2 de setembro do ano passado foram os últimos de Lobo em Passo Fundo. O piloto participou do Encontro das Carreteras, promovido pela Associação Cultural Museu do Automobilismo Brasileiro, presidida pelo entusiasta e ex-piloto Paulo Afonso Trevisan. Em entrevista, Lobo mostrou vitalidade incrível e uma relíquia impecável. Em uma época em que as cifras eram às vezes inatingíveis, o então moço Haroldo comprava um Ford Coupé 1940, novinho em folha. 'Quando comprei esse carro desmontei-o inteiro. Chamaram-me de criminoso', contava o piloto, não ex, como o próprio adverte. 'Era o melhor carro para preparar. Um 1937 era muito leve. Um 1934 pior ainda', descrevia com a autoridade de quem, então aos 82 anos (revelados pelo filho), esteve dentro de uma Carretera por quase 60.
'Nasci há muito tempo, nem dá pra contar'. O piloto começou a correr em 1949 e só parou por "influências externas". 'Parei mas não por mim, não me deixaram mais', ainda indignava-se. 'Eu corri umas 10 Mil Milhas Brasileiras, em duplas e sozinho. Desde a primeira em 1956. Corri com os maiores pilotos aqui do Rio Grande do Sul, sempre com meu carro. Correr no carro do colega é uma coisa. Eles é que pediam para correr no meu. Uns davam os pneus, o outro o combustível', explicava sobre a preparação.
A Carretera tinha cerca de 200 cavalos, segundo o piloto. 'Ela acompanha até os carros que têm mais potência que ela. Na avenida, eu fui chegando nos bons, eles não me fogem', revelava com segurança. O motor, segundo ele, era uma miscelânea: 'a gente pega peças do Mercur, pega de outros carros, mas também tem alguma coisa original do Ford, a gente mexe no que puder para ficar mais veloz'.
O perigo andava ao lado, mas a coragem era o nome do meio desses pilotos. 'Em São Paulo as Carreteras eram chamadas de "cadeiras elétricas". Você tem que conhecer muito o carro, estar familiarizado com tudo. Eu tenho o freio especial ainda daquela época. Não era qualquer pessoa que podia correr com esses carros', contava Lobo, fazendo questão de usar sempre o verbo no presente.
Haroldo pertencia à Scuderia Galgos Brancos. O filho Marcelo o acompanhava em todos os eventos. A paixão pela velocidade está no sangue. Mas a prudência materna é quem dá as ordens. 'Ele começou a correr de kart. Mas aí veio a mulher e disse: não o incentive que isso é perigoso', divertia-se.
Lembrando de como começou, o "velho" Lobo, emociona-se: 'Quando comecei a correr, não pensei que estava plantando algo que pudesse colher. Hoje estou colhendo o que plantei'.


Na foto, a "Carretera" de Haroldo Vaz Lobo no encontro de Carreteras em Passo Fundo, em setembro de 2007

O fotógrafo Ingo Hofmann ao lado de Haroldo Vaz Lobo

Fotos: Ingo Hofmann / Marli Hofmann

5 comentários:

Anônimo disse...

É o da esquerda que têm 82 anos né...
kkkkk

Brincadeiras a parte...
Pense a festa que deve de tá lá em cima!
Devem de tá preparando uma carretera lá...

[]'s

Anônimo disse...

Postei anônimo...
sem querer...

Anônimo disse...

zyvdmukiO Haroldo era meu idolo.Comecei correr com o numero 5,que era o numero que ele usava em suas motos Matchles 500cc e HRD Raio Negro 1000 cc.Ele era imbativel enquanto na pista.Quando passou para as baratas,entao foi fantastico.Gastei muitas Horas acompanhando os trabalhos na preparacao das baratas junto com meu amigo Luiz Bettega.Quando iniciei no Automobilismo as coisas se inverteram e o Haroldo passou a acompanhar e prestigiar tudo aquilo que eu fizesse.Em 2000 institui o Trofeu NUMBER ONE de Automobilismo,e fiz questao que o primeiro homenageado fosse o Harldo.Tive o orgulho no mes passado quando fui Homenageado no MP LAFER AUTO CLUBE DO PARANA receber o trofeu das maos do nosso querido Haroldo.Fique em paz e queime muito petroleo com seus amigos que o estao aguardando como Seu Catarino,Seu Chico Landi,e toda gauchada que voce sempre adimirou.DADO ANDRADE.

Anônimo disse...

Demais a turma DAS BELÍSSIMAS CARRETERAS,se fosse em outro pa,is como a Argentina por exemplo seria dado o valor que eles realmente merecem. Adeus LOBO vá com DEUS em mais esta corrida.

zagas disse...

Haroldo era um gentleman e tive o prazer de conhecer e estar ao seu lado na re-inauguração do Autódromo Internacional de Curitiba.
Fica com Deus, meu amigo.