O Aldee foi desenvolvido em Curitiba por Almir Donatto (daí o nome "ALDEE" - Almir Donato Equipamentos Esportivos) no final dos anos 80 e é quase um "Gol disfarçado", como diz um amigo meu, porém com uma dirigibilidade imensamente melhor do que o Gol, graças ao seu sistema de suspensão que mais parece um Fórmula do que um Turismo.
O Paulo me 'escala' pra pular dentro dele, mas imediatamente o Marcão (chefe dos mecânicos do Museu do Automobilismo Brasileiro) pede para esperar mais um pouco, pois havia um carro parado na pista e era necessário rebocá-lo.
Aguardo alguns minutos, que mais pareciam uma eternidade, e enfim chega a ordem de entrar no carro e acelerar.
Assim como foi com o Omega, tive um pouco de dificuldade em me posicionar dentro do carro, haja vista que o Santo Antônio atrapalha um pouco e o teto é muito baixo, acrescentando-se a isso o meu peso e minha altura.
Dou uma checada nos comandos do carro, as escalas dos relógios (muita gente estoura motor de graça por não se 'antenar' da escala da temperatura do relógio de água, que pode ser em Célsius ou Fahrenheit), posição do câmbio, espelhos retrovisores e surge a dúvida: há 2 bombas de combustível. Chamo o Marcão, que com uma paciência de Jó explica que é necessário usar somente a 1, a 2 pode ficar desligada.
Ligo então o carro e a adrenalina já vai lá em cima.
'Espeto' a 1ª e saio buscando a pista.
Alguns segundos depois, chego na curva 1, já em 4ª marcha, e quando piso no freio ele simplesmente some. O pedal bate no assoalho e levo um tremendo de um cagaço!!!
Sem querer já fiz a primeira curva todo atravessado e imaginando o tamanho da merda que poderia ter dado (lembrei inclusive do 'capote' do Roberto Pruner em Londrina, a quase 200 km/h e que deu perda total no carro).
Penso em ir para os boxes, mas antes decido 'bombar' o pé no freio. Deu resultado, o freio voltou e está tudo bem agora. Chego na 2 disposto a me 'vingar' do carro, e o freio responde maravilhosamente bem.
Dada a primeira 'volta de instalação' para conhecer o carro, as que se sucedem depois desta são quase um treino de classificação, dentro da minha capacidade técnica.
Entro na reta e decido medir a saúde do motor, que tem um torque muito bom e responde bem, apesar de falhar um pouco entre 4 e 5 mil giros, mas depois disso limpava e a 'patada' era de colar no banco.
O motor é um VW 2.0 com cerca de 180 cavalos, devidamente alimentados por dupla carburação Webber 45, sendo que o peso do carro é de aproximadamente 780 quilos.
Na segunda volta entrei forte demais na 3 e o carro balança a traseira dando-me o segundo 'cartão de visitas'. O primeiro foi o susto com a falta dos freios. Apesar disso, busco um pouco a mais.
O carro faz curvas tal qual um kart, colado no chão e 'dobrando' com extrema agilidade. Dá tesão de andar, ele pede mais, exige mais e aceita bem as eventuais bobagens feitas ao volante, fora o fato de a pista ser muito rápida, com um traçado que convida a 'carne fraca' pra acelerar, com uma curva te jogando dentro da outra.
Me adaptei bem ao carro e de todos os que eu andei foi o que eu mais pisei.
Na última volta fiz muito bem o "esse" e em seguida a 9, entrando na reta de 'cano cheio'.
Passo a 4ª, em seguida a 5ª. Dá vontade de não parar de acelerar, o carro pede mais, permite mais, mas a falta de experiência diz que é melhor tirar o pé, chamar no câmbio e nos freios e fazer tudo direitinho.Na placa dos 100 metros dei uma espiadinha no conta giros e outra pro lado. Tive a sensação de estar a pelo menos 170 km/h, e depois em conversa com o Paulo Trevisan ele me confirmou que em 5ª marcha a 5.800 RPM (que era o giro de motor que eu estava) o carro dá entre 175 e 185 km/h. Com mais um pouquinho dá 'duzentão'!
Chego aos boxes quase morto de cansado, com os braços e pernas moles, por 'culpa' do forte calor (o carro é uma sauna!) e da adrenalina, que corre nas veias numa velocidade incrível.
Saio de dentro do carro com uma sensação magnífica. Parecia que tinha vencido as 24 Horas de Le Mans, com uma satisfação ímpar pela 'briga' que tive com o carro e o tanto que me diverti com aquele "kart em tamanho grande", duro que nem uma pedra, colado no chão, que acelera muito bem e faz curvas de forma inacreditavelmente deliciosa.
Gostaria de ter andado com o Espron BMW depois do Aldee, mas a chuva encerrou as atividades antes do previsto.
Na última volta fiz muito bem o "esse" e em seguida a 9, entrando na reta de 'cano cheio'.
Passo a 4ª, em seguida a 5ª. Dá vontade de não parar de acelerar, o carro pede mais, permite mais, mas a falta de experiência diz que é melhor tirar o pé, chamar no câmbio e nos freios e fazer tudo direitinho.Na placa dos 100 metros dei uma espiadinha no conta giros e outra pro lado. Tive a sensação de estar a pelo menos 170 km/h, e depois em conversa com o Paulo Trevisan ele me confirmou que em 5ª marcha a 5.800 RPM (que era o giro de motor que eu estava) o carro dá entre 175 e 185 km/h. Com mais um pouquinho dá 'duzentão'!
Chego aos boxes quase morto de cansado, com os braços e pernas moles, por 'culpa' do forte calor (o carro é uma sauna!) e da adrenalina, que corre nas veias numa velocidade incrível.
Saio de dentro do carro com uma sensação magnífica. Parecia que tinha vencido as 24 Horas de Le Mans, com uma satisfação ímpar pela 'briga' que tive com o carro e o tanto que me diverti com aquele "kart em tamanho grande", duro que nem uma pedra, colado no chão, que acelera muito bem e faz curvas de forma inacreditavelmente deliciosa.
Gostaria de ter andado com o Espron BMW depois do Aldee, mas a chuva encerrou as atividades antes do previsto.
Meu "Papai Noel" chegou atrasado, mas chegou me trazendo um dos melhores presentes que já ganhei na vida.
O nome do "Papai Noel" neste caso é Paulo Afonso Trevisan, a quem agradeço penhoradamente pela oportunidade e por ter mantido em mim acesa uma chama que já não brilhava como outrora.
Valeu Paulo!!!
Fotos: Acervo pessoal Francis H. Trennepohl
Valeu Francis.
ResponderExcluirFico emocionado a cada texto desses. E tenho certeza que outras pessoas que passam por aqui e que tem gasolina e etanol misturado com POEIRA nas veias, também ficam. Esse dia com certeza ficará marcado para o resto de tua vida.
Abraço.
Fico imaginando o 'susto' meu camarada.
ResponderExcluirO 1º comentário diz tudo, valeu Francis!
ResponderExcluirViu a diferença entre os Weber e as atuais injeções, tem uma hora em que cruza o comando e ele rateia, mas depois é só prazer, ouvir as cornetas engolindo o ar etc etc etc......
Abs
Rui
po Francis porq vc nao esta guiando no catarinense mais? acho que a tua vontade e grande oque sera que falta?
ResponderExcluiraquele abraco
Anderson Weiler
Bal.Camboriu
Por fotos eu achava o Aldee um treco meio estranhinho, mas depois que ví um ao vivo de perto (e continuo me perguntando de onde teria vindo e para onde foi aquele carro...), gostei. Agora, essa coisa de pisar no freio e não achar nada é, no mínimo, desgradável... a gente lembra de todos os palavrões que conhece!!!
ResponderExcluirO primeiro carro que andei foi nele. Um canhão!
ResponderExcluirNo final da reta vibrava todo, parecia que o capô ia sair. E tome freio, pedura, reduz e acelera. Muito bom!
Um canhão. Como disse o Vitão, um taxi rapido, eu diria MUITO rápido mesmo, mas um doce pra pilotar. Eu gostei muuuuuito.
ResponderExcluirpara variar, usei o nick da filhota.. O "none" arriba, é meu comentario.
ResponderExcluirValeu Adolf, obrigado!
ResponderExcluirCada segundo permanece vivo na memória.
Larri, foi um cagaço mesmo!
Rui, valeu. As 'cornetas' engolem alguns litros de ar, e o barulho é sensacional.
Anderson, o probelam é aquele de $empre. $acou?
Bianchini, quase me cagei com o susto. Saiu só um "tu me paga se FDP"... heheheh
O prazer é gigantesco nesse carro.
Regi, você tem crédito aqui. Fica tranquilo...
É, meu caro.
ResponderExcluirEsse Aldee vai deixar saudades naqueles que tiveram a oportunidade de guiá-lo.
Dá uma coceira só de lembrar...
Abração!
E como vai, Leandro... Talvez um dia a gente possa acelerar novamente.
ResponderExcluirAbraço