Espetacular!!!

Não sei como escrever. Não sei o que escrever. Faltam palavras pra expressar o sentimento de felicidade, satisfação, orgulho e alegria.
Dá vontade de sair caminhando pelas ruas e dizer "bom dia" ao português da padaria, aos cachorros abandonados, ao 'seu guarda' da farmácia da esquina e até mesmo aos 'fiadapú' da obra ao lado, que às 6 da manhã começam a fazer um barulho infernal e acabam com o sono da vizinhança.
O final de semana foi mágico, de outro planeta. Era muita alegria e emoção no ar. Pilotos novos estreando na TCC e descendo do carro com os olhos marejados, macacão estufado de orgulho pelo sonho que se concretizava.
Era aniversário do meu "pequeno" João Henrique, e só isso já era emocionante. Lembrar do parto, o primeiro chorinho, a primeira vez que o peguei no colo, a primeira fralda trocada, tudo isso brotava nas lembranças.
Chegamos ao Autódromo Max Mohr por volta de 10:30 da manhã, 1 hora e meia depois do previsto, e pelo menos 1 hora e quinze deste atraso foi em função das obras na BR 470.
Descarregamos o carro, esquentamos o motor e esperei angustiado pelo momento de ir pra pista.
Logo na primeira volta o motor apagou na reta. Encostei e esperei um pouco. Bati no arranque e o motor berrou.
A essa altura o treino já havia acabado, então levei o carro para os boxes, mas antes de chegar o motor morreu novamente no final da reta oposta.
Verificamos que a vareta do carburador esquerdo havia se soltado, e com isso o motor trabalhou "seco" e pensamos que havia estourado, pois estava com um barulhão estranho e não pegava mais.
O carro passou o resto do dia parado, e eu aproveitei pra colar os últimos adesivos, curtir toda aquela atmosfera, conversar com amigos e ver as reações de cada um que chegava aos boxes depois dos treinos.
No sábado a noite consegui um motor emprestado com meu amigo Clifford Jelinsky, o piloto da "Brasa" 69.
Deixamos a troca para o domingo de manhã, pois todos estavam exaustos, com fome e precisando de um bom banho e uma cama.
Domingo acordei às 6:15 da manhã, tomei um café e bati um papo agradável com toda a turma da FAUESC no hotel e fui pra pista.
Com a ajuda do pessoal do Clifford (Brasília 69), do Dagoberto Moraes Júnior (Chevette 18) e da turma dos Fuscas de Curitiba consegui todas as ferramentas necessárias e me "atraquei" no motor.
Em alguns minutos tudo estava no chão, e foi o tempo do Ney chegar e ver que o motor não havia estourado como pensávamos no dia anterior.
O que realmente aconteceu é que a porca do volante do motor soltou-se e 'degolou' o motor de arranque, motivo pelo qual fazia barulho de batida e o motor não pegava mais.
Conseguimos arrumar tudo e montar o motor no lugar. Empurrando ele pegou e tudo estava 100%, mas já tinha perdido o warmup.
Hora da 1ª bateria. Fui direto pra pista, alinhar no grid, em último.
Dada a largada, enfiei o pé 'no da direita' e fui ser feliz. Passei o "Ike" Nodari (Fiat 147 26), o Clifford Jelinsky (Brasília 69) e o Marlei Anderson (Fusca 6).
Não conseguia acreditar na 'jóia' de largada que fiz. Valeu todo o sacrifício só a largada.
Na 2ª ou 3ª volta a luz do óleo acendeu e em seguida o cheiro de queimado invadiu o carro.
Parei na descida (que mais parece um tobogã) e quando abri o capô do motor as chamas estavam querendo começar um espetáculo que não seria nada agradável.
Consegui controlar o fogo com facilidade, sem sequer usar o extintor, mas o final de semana acabava ali.
A correia do motor pulou e o coração do "pinico atômico" deve ter ido a uns "trocentos" mil graus.
Fiquei um pouco chateado por não ter completado a prova e ver o 'pano quadriculado' na minha frente, mas a alegria era tão grande que isso foi o de menos.
Até quinta feira passada não acreditava que esse carro iria pra pista. Foi, andou, deu pra sentir que é um carro muito bom e agora sabemos o que temos a fazer, e o principal de tudo, com tempo.
Aproveito pra agradecer à todos que prestigiaram essa etapa (casa cheíssima ontem em Ascurra!), a turma que foi ver o Fuscão e principalmente aqueles que deram uma força gigante pra mim, seja com o "AMIGOSTROCÍNIO" ou lá na pista, ajudando com o carro e fazendo o possível pra colocá-lo na pista.
Não vou agradecer nominalmente pra não correr o risco de esquecer de alguém e assim ser injusto, mas sintam-se abraçados por mim e muito obrigado pela ajuda!
Ao "bruxo" Ney, meu especial agradecimento pelo empenho, dedicação e luta pra botar o Fusca na pista. Sangue, suor e muito trabalho são o resumo das últimas 3 semanas.

Hora de ir pra pista. Ao lado meu filho Gabriel e uma pessoa extraordinária: José Ramos, o 'seu' Zé, pai do piloto James Ramos, ambos amigos de ouro!



Essas imagens acima são do treino no sábado, quando ainda faltavam alguns adesivos no carro.

Fusqueta saindo do box, indo pro grid.
Obrigado ao amigo Anderson Weiler pelo envio do vídeo.

A largada da 1ª bateria da TCC. Me diverti muito (muito mesmo!) nesses primeiros metros da corrida.

Eis o problema do final de semana. Ainda bem que foi só isso...
Autódromo Max Mohr lotado de gente!

Pódio da Turismo Clássico "B": Clifford Jelinski (4º), Dagoberto Moraes Júnior (3º), Marlei Anderson (1º), Neco (preparador do Marlei), "Ike" Nodari (2º) e eu em 5º.

Pódio da Turismo Clássico "A": Sandro Machado (4º), Sido Tied (2º), Ney Andrade (1º), Johedy Kuczkowski (3º) e Alan Schwartz (5º).

Hora de ir pra casa. Mês que vem tem mais...
O resultado da TCC está aqui, no site da FAUESC, e a galeria de fotos está aqui e aqui, cortesia do grande Jimmi Torres, do Barulho de Motor.
Quem aí foi? Conte o que achou...

Fotos: Acervo pessoal Francis H. Trennepohl / Jimmi Torres - Barulho de Motor