quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

De Joaçaba a Detroit

Recebi essa do amigo Celso Pavia, o "Jacaré", lá de Curitiba. A história é simplesmente espetacular e conta uma aventura ímpar do joaçabense Oscar Branco, que por muitos anos acelerou aqui no Catarinense de Terra e depois no Paranaense de asfalto.
A intenção do Oscar era de repetir esta viagem, mas o destino não permitiu...


Há 41 anos, no dia 5 de janeiro de 1971, três jovens catarinenses iniciaram aquela que pode ser vista como uma das maiores aventuras automobilísticas já feitas por brasileiros: a bordo de um automóvel Ford 1929 modelo Phaeton pegaram a estrada, a maior parte de terra pura, usando principalmente "cara e coragem" e largaram de Joaçaba rumo à sede da fábrica Ford em Detroit\USA.
Foram eles Oscar Branco, seu irmão Valter e o amigo Paulo Breda, com 21, 19 e 20 anos de idade respectivamente. Percorreram 16.000 quilômetros através 13 países, em 45 dias de viagem e posaram para a posteridade na foto que ilustra esta matéria, com o fordinho, em frente ao prédio da Ford.
Feito para poucos aventureiros, sobretudo naquela época. Oscar estudava em Curitiba e conhecia muito bem a mecânica do carro, pois rotineiramente fazia o trajeto entre a capital paranaense e Joaçaba. Os três aventureiros revisaram as bielas do motor do carro, trocaram o dínamo por alternador, colocaram faróis de 12 volts, adaptaram marcador de temperatura, ajustaram os freios e analisaram as pontas de eixo das rodas, quando verificaram que uma destas estava trincada, mas decidiram não trocá-la por ser original e sim levar outra de socorro. A ponta de eixo trincada aguentou toda a viagem.
Na madrugada daquele dia, partiram, levando no bolso apenas 3.000 dólares. Em Porto Alegre (RS) compraram pneus novos. Na Cordilheira dos Andes o motor do Ford ferveu várias vezes, até que retiraram o filtro de ar. No Peru e na Colômbia foram parar na Delegacia de Polícia por falta de documentos exigidos. Dia 27 daquele mês já estavam no Canal do Panamá.
Na Costa Rica, escaparam de guerrilheiros e em Honduras Valter e Paulo foram obrigados a fazer a barba. O freio do Ford deu problemas na viagem toda e no México compraram acumulador novo. Já nos Estados Unidos sofreram muito frio, pois, não tinham roupas apropriadas e quase congelaram as mãos ao trocar um pneu. Um carro, justamente um Ford, modelo Landau, chocou-se contra um paralama e roda do fordinho, exigindo conserto. Finalmente, no dia 19 de fevereiro, às 23,00 horas, bateram no complexo da Ford. No dia seguinte, ao se dirigirem à sede da empresa, quebrou o câmbio do carro, que Oscar mesmo consertou, guardando como recordação a engrenagem danificada.
Infelizmente, Oscar Branco não conseguiu concretizar projeto de fazer novamente a mesma viagem, desta vez com outro carro da mesma marca e modelo. Sempre dedicado à sua fábrica de implementos agrícolas estabelecida em São José dos Pinhais (PR), ao automobilismo, veio a falecer há poucos anos. Mas, a sua aventura de jovem sonhador entrou na história do automobilismo brasileiro.

Oscar, Valter e Paulo na fábrica da Ford nos EUA

Texto e foto: Divulgação Edison Enrriconi

5 comentários:

FRANTZ disse...

ESSES CARAS SÃO SODA

Fabiani C Gargioni #27 disse...

Eu já era fã do piloto Oscar Branco,agora sou fã do aventureiro!!!

Francis Henrique Trennepohl disse...

hehehehehe

Ike Nodari #41 disse...

Quando você for à Joaçaba, procure pelo Paulo Breda, pois ele mora lá. Com certeza ele deve ter ótimas histórias sobre a viagem.

Francis Henrique Trennepohl disse...

Boa dica, Ike. Valeu!!!